Um livro antiacadêmico que, como uma composição serial, não tem tônica nem dominante, mas uma massa sonora a ser explorada em todas as direções. Com a abrangência e a clareza que marcam sua obra, Celso Furtado reúne em Criatividade e dependência uma súmula de seu pensamento.
Um livro antiacadêmico que, como uma composição serial, não tem tônica nem dominante, mas uma massa sonora a ser explorada em todas as direções. Com a abrangência e a clareza que marcam sua obra, Celso Furtado reúne em Criatividade e dependência uma súmula de seu pensamento.
O livro oferece uma visão histórica e filosófica de uma das temáticas que singularizam a vasta obra do autor: o elo fundamental entre cultura e desenvolvimento. Para Celso Furtado, os estudos tradicionais do desenvolvimento são insuficientes por desconsiderarem a dimensão cultural, isto é, a coleção de valores, aspirações e padrões de comportamento de uma sociedade. Desenvolvimento é um processo de criatividade, mais que de acumulação, e é alcançado quando a sociedade gera inovações na cultura material, mas também a criação artística, a pesquisa científica.
Ao refletir sobre a clivagem entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos, Celso Furtado chega ao surgimento e à propagação da civilização industrial. Daí as questões: por que houve uma explosão criativa no século de Péricles ou no de Leonardo da Vinci? Inversamente, que fatores inibem a criatividade em certas sociedades? Enfim, por que se produz o subdesenvolvimento? Um esboço de resposta está nas páginas sobre a criação intelectual e a invenção cultural. Mas também naquelas que, escritas há trinta anos, soam premonitórias sobre temas atuais como a China e a globalização do capitalismo.