Os dois romances cult dos anos 80, que contam as peripécias de um cara de trinta e poucos anos em Paris e Nova York, com altas doses de sexo, drogas e muita bebida, aparecem reunidos nesta nova edição revista pelo autor, Reinaldo Moraes, um dos escritores que integra o clã dos "malditos" da coleção Má Companhia.
Os dois romances cult dos anos 80, que contam as peripécias de um cara de trinta e poucos anos em Paris e Nova York, com altas doses de sexo, drogas e muita bebida, aparecem reunidos nesta nova edição revista pelo autor, Reinaldo Moraes, um dos escritores que integra o clã dos "malditos" da coleção Má Companhia.
Disputados em sebos, Tanto faz (1981) e Abacaxi (1985), os romances que revelaram um de nossos maiores narradores, ganham edição definitiva - se é que esse adjetivo se aplica a um autor tão despudoradamente perfeccionista que não para de retocar a própria obra a cada edição.
Ricardo de Mello é o herói-narrador de Tanto faz - o garotão à beira dos trinta que deixa um emprego burocrático em São Paulo para morar em Paris, com um ano de bolsa de estudos num curso de "planificação econômica para basbaques do terceiro mundo". Mas seu verdadeiro projeto é ser escritor. E ele logo pula fora da faculdade para investir numa vida aventureira e desregrada, animada com bebida, haxixe, drogas mais pesadas e as dezenas de girls que vai seduzindo. "A cidade me excita como uma namorada nova", diz.
Depois de um ano de esbórnia em Paris, é hora de voltar para casa. E é essa volta, com escala em Nova York e no Rio, que ele narra em Abacaxi, polvilhada de cenas de sexo ou escatológicas e toda sorte de jorros e fluidos.
Transgressores para a época e ainda capazes de chocar qualquer cidadão, Tanto faz e Abacaxi escancaram o talento de um grande escritor, com seus achados linguísticos, diálogos hilários e um cruzamento vertiginoso e saboroso entre alta e baixa cultura - coisa rara em outros autores até hoje.