Com erudição e leveza, um dos filósofos mais importantes da atualidade mostra que a honra desempenhou papel fundamental na história das civilizações.
Com erudição e leveza, um dos filósofos mais importantes da atualidade mostra que a honra desempenhou papel fundamental na história das civilizações.
Seja o fim do duelo na Inglaterra, o abandono da amarração dos pés na China, o término da escravidão no Novo Mundo ou o assassinato de meninas e mulheres no Paquistão, o que está em jogo é a honra. Neste livro instigante e atual, Kwame Anthony Appiah mostra como o conceito de honra foi central para pôr fim a práticas mortais e abomináveis e impulsionar revoluções morais no passado - e, ainda, como poderia ou deveria fazê-lo no futuro. Ao narrar casos de revoluções morais na história e de tradições locais em que até hoje o crime de honra é comum, ele revela que o apelo à razão, à religião ou à moralidade não é suficiente para causar uma mudança de fato na sociedade. Assim, essas práticas - imorais e desumanas - perpetradas contra homens e mulheres só são erradicadas quando entram em conflito com a honra.
Se por um lado a origem do sentimento de honra aparece como quase insondável, por outro, o autor vai a fundo na discussão e, com base na filosofia moral e política, desenvolve um texto fluido em meio a um terreno espinhoso: código de honra local versus código moral universal. Erudito, Appiah utiliza-se de um repertório sofisticado e versátil, flertando com o universo do pop e usando referências que vão da mais alta filosofia até o fato mais simples do dia a dia. Sem deixar de lado o rigor de filósofo, cita desde Hegel, Kant e Shakespeare até artistas e esportistas da atualidade.