No décimo romance do premiado criador do delegado Espinosa, uma moradora de rua é possivelmente a única testemunha de um assassinato ocorrido em Copacabana.
No décimo romance do premiado criador do delegado Espinosa, uma moradora de rua é possivelmente a única testemunha de um assassinato ocorrido em Copacabana.
A mulher sentada à beira da calçada na av. Nossa Senhora de Copacabana só se sente em casa vivendo na rua: estar entre paredes a oprime, ela tem a sensação de que vai morrer sufocada. É tão fina e educada que todos a chamam de Princesa. Seu "lar" é um trecho do piso de cimento delimitado por pedaços de papelão. Muito gorda, tem dificuldade para se mover. Mesmo assim, não descuida da aparência: alisa bem o vestido sobre as pernas esticadas, penteia-se com esmero e passa batom com pelo menos frequência - sempre que recebe a visita do delegado Espinosa. E o delegado Espinosa visita Princesa várias vezes por dia. Afinal, tudo indica que ela viu quem enfiou uma faca no homem muito branco, talvez um estrangeiro, que amanheceu morto na calçada a alguns metros dela. Mas Princesa costuma sonhar, às vezes até quando está acordada... E como saber, nesta vida, o que é realidade e o que se passa no mundo dos sonhos?
Isaías é o grande amigo de Princesa. Ele sabe que a amiga viu alguma coisa que não deve ser lembrada. Acredita que precisa proteger a qualquer custo a moça dos perigos que podem surgir da noite - quando ela dorme sozinha na calçada - e do dia, quando os passantes são tantos que é difícil distinguir o inimigo que se aproxima para desferir um golpe. Como Princesa, Isaías é incapaz de lidar com o mundo complicado onde os dois vivem; como ela, é indefeso e vulnerável.
"Espinosa é um detetive humano, demasiadamente humano, que erra, hesita, se tortura e, em suas aventuras (o mais correto seria "desventuras"), faz do Rio de Janeiro não um cenário, mas personagem ativo." - Revista Época
"Um personagem cético, porém não cínico, e que mesmo fechado conquista pela simpatia." - O Globo