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/ À vistaO surgimento, a ascensão e a queda de um império e de sua criadora são os eventos que delineiam este romance de Salman Rushdie, o primeiro a ser publicado após o atentado sofrido pelo autor em 2022.
O surgimento, a ascensão e a queda de um império e de sua criadora são os eventos que delineiam este romance de Salman Rushdie, o primeiro a ser publicado após o atentado sofrido pelo autor em 2022.
"Neste exato lugar uma grande cidade surgirá, para maravilhar o mundo, e seu império há de durar mais de dois séculos. E tu [...] lutarás para que nunca mais outras mulheres sejam queimadas dessa maneira e para que os homens vejam as mulheres de um jeito novo", declara a deusa Parvati a Pampa Kampana, uma menina de nove anos que acabara de ver a mãe e outras mulheres se entregarem à fogueira após perderem os maridos para a guerra.
Maldição e bênção caminham lado a lado: ao se tornar órfã em terras destroçadas, a criança se vê dominada pelos poderes da divindade, que começa a operar através dela. É dessa forma que Bisnaga, a cidade da vitória, nasce. A partir dos desejos de uma jovem indefesa, erguem-se os muros de um novo e próspero império. Seus cidadãos brotam da terra, suas histórias e memórias são sussurradas segundo a imaginação de Pampa Kampana, assim como suas conquistas e derrotas também são arquitetadas pela profeta -- mas toda narrativa tem um jeito de fugir de seu autor.
Com o passar dos anos, governantes vêm e vão, batalhas são vencidas e perdidas, e o próprio tecido da cidade se torna uma tapeçaria cada vez mais complexa. As fortalezas de Bisnaga, então, são comprometidas pela ambição e pela arrogância de quem está no poder.
Narrada com o imaginário e a acidez característicos de Salman Rushdie, Cidade da vitória remete aos antigos poemas épicos para evidenciar as contradições do mundo. Uma saga de amor, aventura e mito que é em si uma prova do poder da ficção.
"Cidade da vitória é um triunfo -- não porque existe, mas porque é absolutamente encantadora." -- The Atlantic
"Uma celebração do poder da narrativa e da resistência da literatura." -- The Guardian