Tom Standage escolhe um ângulo inusitado para analisar as civilizações: as bebidas. Em seis copos, o autor mostra como a cerveja, o vinho, os destilados, o café, o chá e a Coca-Cola influenciaram os rumos da história mundial e definiram políticas e práticas sociais. Da pré-história à era da globalização, as sociedades elegeram diferentes bebidas e tiveram suas trajetórias fortemente ligadas a elas.
A descoberta da cerveja na Mesopotâmia é associada ao estabelecimento de tribos nômades em locais fixos e à adoção da agricultura, e foi um dos fatores decisivos para o desenvolvimento da escrita. Muitos séculos depois, no apogeu da civilização grega, era o vinho que desempenhava o papel central nas relações sociais e religiosas, representando a sofisticação e a própria cultura gregas. Mais tarde, também os romanos o elegeram como símbolo de status e poder.
Algumas bebidas determinaram até a política externa das nações. Foi o caso dos destilados, que influenciaram a relação das metrópoles europeias com suas colônias e cuja taxação precipitou o processo de independência dos EUA. O mesmo ocorreu com o chá, responsável por embates no continente americano assim como na Ásia, onde as conturbadas relações com a China em torno do comércio das folhas resultaram na Guerra do Ópio e na exploração crescente da Índia. O café, uma descoberta árabe, teve grande sucesso na Europa, representando com perfeição os valores da era da razão. Os cafés públicos propiciavam o debate e a difusão de novas ideias, formando uma ágil rede de informações - a Internet primitiva. A bebida que mais se identifica com os tempos atuais, porém, é a Coca-Cola. Encarnando os valores de liberdade individual e progresso, tornou-se um dos ícones da globalização.
O autor termina sua viagem com um epílogo dedicado à água, base de todas as bebidas consumidas pelos seres humanos e fator cada vez mais determinante da geopolítica mundial.