Eisenstein, um dos maiores diretores de todos os tempos, escreveu esta autobiografia dois anos antes de morrer. Aqui ele utiliza procedimentos cinematográficos, como a montagem de extratos fragmentários, para compor uma história de vida que se confunde com a história do cinema.
Eisenstein, um dos maiores diretores de todos os tempos, escreveu esta autobiografia dois anos antes de morrer. Aqui ele utiliza procedimentos cinematográficos, como a montagem de extratos fragmentários, para compor uma história de vida que se confunde com a história do cinema.
Este é um livro de memórias sui generis. E nem poderia ser diferente. Escrito, dois anos antes de sua morte, por um dos maiores e mais inovadores cineastas de todos os tempos, tem um estilo fragmentário e assistemático que faz lembrar os brilhantes efeitos de montagem obtidos por Eisenstein em seus filmes. Nele, o diretor de O encouraçado Potemkin narra sua vida na Rússia desde a Revolução - em que serviu no exército bolchevique como voluntário -, as viagens pelo Ocidente, os encontros com celebridades como Jean Cocteau, Paul Éluard e James Joyce, os triunfos e as tribulações. Memórias imorais mostra, além disso, a grande erudição de Eisenstein - que, no entanto, nada tinha de pedantismo. Dois capítulos falam, por exemplo, de sua relação apaixonada com os livros, outro discute a obra de Edgar Allan Poe, etc. Essas memórias mostram também a diversidade de interesses do autor, que, entre outras coisas, foi um excepcional desenhista, como se pode constatar pelos trabalhos reproduzidos no livro.