Um dos pontos capitais da poesia erótica do Ocidente, os Sonetos luxuriosos expressam o mais extremado júbilo carnal do Renascimento e ajudam a compor a fisionomia de uma das épocas mais livres e mais fecundas da história do pensamento e das artes.
Um dos pontos capitais da poesia erótica do Ocidente, os Sonetos luxuriosos expressam o mais extremado júbilo carnal do Renascimento e ajudam a compor a fisionomia de uma das épocas mais livres e mais fecundas da história do pensamento e das artes.
Pietro Aretino, filho de um sapateiro, contemporâneo de Leonardo da Vinci e Michelangelo, viveu como um dos homens mais livres do seu tempo. Sem papas na língua, satirizou os poderosos e a nobreza com tal vigor que era chamado de "o flagelo dos príncipes". Tinha, por outro lado, a admiração de personalidades como o papa Leão X. Honrado também como o maior poeta italiano de seu tempo, escreveu obras-primas como os Diálogos amenos e estes Sonetos luxuriosos. Escritos por volta de 1525, os Sonetos foram publicados postumamente e tiveram até hoje poucas edições italianas. A clandestinidade a que foram condenados rompeu-se no começo deste século, com a tradução francesa de Apollinaire (apenas dezesseis sonetos). Esta tradução do poeta e ensaísta José Paulo Paes - a primeira que se fez para a língua portuguesa - é fiel tanto ao espírito como à forma do original e reproduz, com felicidade, o vigor e a graça do despudor de Aretino.