Nos dezenove contos deste livro, Livia Garcia-Roza faz um retrato mordaz e bem-humorado das neuroses familiares (especialmente as femininas) e mais uma vez exercita seu talento para reproduzir a fala cotidiana.
Nos dezenove contos deste livro, Livia Garcia-Roza faz um retrato mordaz e bem-humorado das neuroses familiares (especialmente as femininas) e mais uma vez exercita seu talento para reproduzir a fala cotidiana.
Nos dezenove contos deste livro, Livia Garcia-Roza revisita seus temas preferidos, mas aprofunda sua técnica narrativa: encenar a trama à medida que as histórias vão sendo narradas pelos personagens.
As narrativas oscilam entre episódios cotidianos (a garotinha prepara-se para uma apresentação ao piano; a irmã mais velha cuida da caçula enquanto a mãe está fora; a babá conta à criança o drama de não poder ter filhos; marido e mulher em crise trocam acusações e impropérios) e extraordinários (durante o almoço de Páscoa, cada membro da família imagina epitáfios para si; a menina faz sala para o amante da mãe; Pedrinho visita o pai, um matador foragido).
Sob a aparente banalidade, o leitor percebe que algo de mais profundo e enigmático está sendo dito. O mistério a ser decifrado é aquele mesmo de nosso dia-a-dia atribulado e reincidente. E a oralidade radical que perpassa as narrativas é um procedimento ficcional que investiga e reinventa a fala brasileira contemporânea, refletindo nossos mais persistentes traços sociais.