Dois textos ficcionais de um dos escritores japoneses mais importantes do século XX: um relato sobre a infância e a juventude de um samurai obcecado por fantasias sexuais necrófilas, e um projeto de romance histórico que leva o narrador a submergir em lendas e memórias familiares.
Dois textos ficcionais de um dos escritores japoneses mais importantes do século XX: um relato sobre a infância e a juventude de um samurai obcecado por fantasias sexuais necrófilas, e um projeto de romance histórico que leva o narrador a submergir em lendas e memórias familiares.
"A vida secreta do senhor de Musashi" narra episódios da infância e da juventude de Terukatsu, membro do clã Musashi. Como era hábito no Japão do século XIV, o garoto fora enviado ao castelo de um senhor aliado para receber sua educação literária e marcial. Ali, aos doze anos, acompanhará fascinado a batalha entre os defensores do palácio e os guerreiros de outro clã, que pretendem tomá-lo. A experiência o levará a desenvolver um curioso impulso erótico e necrófilo: a obsessão sexual por cabeças decapitadas, como as dos guerreiros inimigos mortos no campo de batalha. O relato de Tanizaki remete à história japonesa e à figura heroica e lendária de Myamoto Musashi (1584-1645), o maior samurai japonês, inspirador de diversas obras literárias e artísticas no Japão. O Terukatsu desta novela, porém, é fictício e teria vivido antes do Musashi famoso.
Na segunda novela, "Kuzu", o narrador fala de sua tentativa frustrada de escrever um romance histórico sobre o Imperador Celestial, morto no século XV, nas montanhas de Yoshino. A busca pelo depoimento de moradores locais leva a uma inusitada reconstrução de época.
As duas novelas reafirmam a convicção de Tanizaki de que o passado permanece em constante reconstrução por meio da arte, da memória, da imaginação e da fantasia.