Que cultura caracteriza o mundo hoje? De que forma ela se relaciona com os principais eixos de nossa época: capitalismo globalizado, individualismo, consumismo, internet? Num ensaio iluminador, Gilles Lipovetsky e Jean Serroy explicam a gênese e os impasses desse novo e complexo sistema de valores.
Que cultura caracteriza o mundo hoje? De que forma ela se relaciona com os principais eixos de nossa época: capitalismo globalizado, individualismo, consumismo, internet? Num ensaio iluminador, Gilles Lipovetsky e Jean Serroy explicam a gênese e os impasses desse novo e complexo sistema de valores.
Um novo sistema de valores surge na esteira da "modernidade dilacerada e limitada". Agora, os conflitos Igreja/Estado, liberalismo/comunismo, burguesia/proletariado não são mais centrais. O mundo que se anuncia supera os modelos anteriores de relação entre cultura e sociedade, baseados na aceitação ou no enfrentamento das ideias de hierarquia, autoridade e riqueza. A cultura passa a ser "um setor econômico em plena expansão", com excesso de oferta de bens mercantis e simbólicos que vão dos livros à moda, das inovações tecnológicas ao design, da música à gastronomia.
Usando referências da história, da sociologia, da psicologia e da estética, Lipovetsky e Serroy defendem a tese de uma "cultura-mundo" cheia de nuances: embora imediatista, não despreza a herança do passado; embora individualista, estimula a participação social; embora racional, vê nascer em seu interior a religiosidade como bálsamo para o "indivíduo diante de si mesmo, sem rede de proteção".