Presos em seus carros, Zé Roberto e Chica enfrentam o maior congestionamento da história do Rio de Janeiro. Eles revisitam, cada qual com seus dramas - mas não sem uma forte dose de humor -, os dezoito anos de um casamento incomum.
Presos em seus carros, Zé Roberto e Chica enfrentam o maior congestionamento da história do Rio de Janeiro. Eles revisitam, cada qual com seus dramas - mas não sem uma forte dose de humor -, os dezoito anos de um casamento incomum.
O Rio de Janeiro vive o maior congestionamento de sua história. Em meio às filas intermináveis de carros, Zé Roberto e Chica, cada qual num canto da cidade, tentam voltar para casa, onde vão comemorar seus dezoito anos de casamento.
É a oportunidade perfeita para ambos repassarem os últimos meses de suas vidas. Para Zé Roberto, isso significa pensar em W19, a garota que conheceu no Facebook e com quem vem praticando sexo virtual há algum tempo. Sem nunca tê-la encontrado pessoalmente, ele nutre uma saudável obsessão pela menina, com quem agora quer se encontrar.
Chica não é muito afeita às redes sociais, de modo que seu caso com Helinho, colega de trabalho, se dá entre lençóis e não por uma câmera de computador. Mas ela está confortável: em casa, o marido que ama, a família e a vida que escolheu; no escritório, o amante divertido e bom de cama, que pode ou não estar apaixonado por ela.
Junte a isso um filho maconheiro, uma ex-mulher psicótica, uma filha ausente e meio perdida e uma afilhada misteriosa. Essas são as peças de que Tony Bellotto precisa para armar uma comédia de costumes incomum e perfeita para os nossos tempos. Seguindo a trilha de seus últimos romances, Bellotto cria um divertido painel da nova família brasileira, desconjuntada e esquizofrênica como costumam ser as melhores famílias.
Com seu tabuleiro montado, o autor transforma o jantar de aniversário de casamento num acerto de contas cômico e frenético, um grande teatro do absurdo, tão surpreendente quanto próximo de todos nós.