Uma história das relações entre a Europa e a América, centrada nas transformações sofridas pelos dois povos no plano religioso e, mais especificamente, na representação do demônio no Novo Continente.
Uma história das relações entre a Europa e a América, centrada nas transformações sofridas pelos dois povos no plano religioso e, mais especificamente, na representação do demônio no Novo Continente.
A chegada dos europeus à América no século XV representou muito mais do que o estabelecimento de relações econômicas e políticas entre os dois continentes. Em Inferno Atlântico, terceiro livro de Laura de Mello e Souza, a historiadora paulista faz uma análise instigante das transformações que os dois povos sofreram no plano religioso a partir do choque provocado pelo contato entre aquelas culturas, até então (e, em muitos aspectos, ainda hoje) tão distintas.Sempre à procura de nossa especificidade cultural, Laura de Mello e Souza divide esta obra em duas partes. A primeira procura inserir o contraste das crenças religiosas no quadro do sistema colonial e das mudanças por que passava a Europa no século XVI. Buscando sempre focalizar as relações luso-brasileiras entre os séculos XVI e XVIII, a autora evidencia na segunda parte do livro a importância cotidiana das concepções demonológicas. No dia-a-dia, essa mistura de crenças aparentemente contraditórias nem sempre aparece de forma explícita, mas insinua-se, por exemplo, nas práticas curativas nada ortodoxas de um frade carmelita e nos versos do poeta Bernardo Guimarães.