Numa trama imprevisível, em que os personagens são atraídos e apartados pela dor, pelo desejo e pela loucura, um dos principais nomes da nova literatura portuguesa constrói uma alegoria perturbadora sobre as relações de dominação entre os homens.
Companhia das Letras
Uma menina está perdida no seu século à procura do pai
Gonçalo M. TavaresR$ 64,90
Numa trama imprevisível, em que os personagens são atraídos e apartados pela dor, pelo desejo e pela loucura, um dos principais nomes da nova literatura portuguesa constrói uma alegoria perturbadora sobre as relações de dominação entre os homens.
O médico Theodor Busbeck anda empenhado em descobrir se o horror está aumentando ou diminuindo ao longo da História. Ele pretende traçar um gráfico para prever novos massacres.
Mylia, sua ex-mulher, tem a capacidade de ver a alma e sofre de uma dor lancinante no ventre. Acabou internada num hospício pelo próprio marido, e ali se relaciona com o interno Ernst.
Gomperz, diretor do hospício, mantém uma amizade ambígua com Theodor e desperta cada vez mais ódio em seus pacientes. Kaas tem as pernas magras e problemas de dicção. Hanna é uma prostituta que vive com Hinnerk, um ex-combatente que atemoriza as crianças do bairro.
Tratando de relações de dominação, desejo, repulsa e agressividade, Jerusalém costura a vida desses personagens em direção a um desenlace violento e inesperado. Ocupados em compreender e lidar com os limites da sanidade, todos se sentem acossados por um perigo sem nome.
Num estilo seco e desconcertante, Jerusalém aponta para as dimensões pessoais e coletivas do terror e expõe a capacidade humana de vigiar, oprimir e torturar - às vezes em dimensões hiperbólicas.
O livro faz parte da tetralogia O Reino, que inclui Um homem: Klaus Klump, Aprender a rezar na Era da Técnica e A máquina de Joseph Walser. Recebeu três dos prêmios mais importantes da literatura em língua portuguesa: o Ler/Millenium 2004, o José Saramago 2005 e o Portugal Telecom 2007.
Um grande livro, que pertence à grande literatura ocidental. Gonçalo M. Tavares não tem o direito de escrever tão bem apenas aos 35 anos: dá vontade de lhe bater! - José Saramago
Quem abre Jerusalém não esquece. Por mais terrível que seja o que aqui é narrado, não é menor o entusiasmo que este romance produz. - Bernardo Carvalho