Em De verdade, conflitos amorosos e de classe se combinam para revelar um amplo painel da burguesia européia do século XX. Do autor de As brasas.
Em De verdade, conflitos amorosos e de classe se combinam para revelar um amplo painel da burguesia européia do século XX. Do autor de As brasas.
Escrito ao longo de quatro décadas, e na voz de quatro narradores, De verdade - que alguns críticos reputam como a obra máxima do húngaro Sándor Márai - disseca os conflitos do amor e do casamento, além de revelar os bastidores da burguesia decadente da Europa Central entre as duas grandes guerras. Demarcando com agudeza a fronteira intransponível que separa as classes sociais, o romance reabre as cicatrizes de uma capital agonizante, sitiada pelas tropas comunistas.
Numa confeitaria de Budapeste, Ilonka conta a uma amiga a história de seu casamento desfeito, e relembra a inutilidade do esforço para conquistar a alma do ex-marido, encantado desde a juventude por Judit, uma simples criada. Depois, na atmosfera carregada de um café, Péter, o ex-marido de Ilonka, narra a um amigo a sua versão sobre a separação. Trinta anos mais tarde, na cama de um quarto de hotel em Roma, Judit fala ao novo namorado, músico, sobre a união fracassada com Péter, condenada de início pelo abismo existente entre seu ressentimento indissolúvel e as amarras impostas a seu parceiro, nobre por herança e filiação. Finalmente, em Nova York, o baterista de cabaré, o último confidente de Judit, faz uma crítica áspera da ditadura da sociedade de consumo, responsável pelo fim do sonho americano.