Nesta narrativa de ressonâncias kafkianas, Tavares, uma das grandes revelações da literatura portuguesa atual, cria um universo sombrio em que ambição humana, eficácia e técnica estão a serviço de um poder totalitário. "Este livro tem conseqüências, modifica a paisagem, alarga o horizonte onde se configura a época histórica e literária, responde a um apelo que vem de outro tempo que não é o da estéril superfície da novidade." - Expresso
Nesta narrativa de ressonâncias kafkianas, Tavares, uma das grandes revelações da literatura portuguesa atual, cria um universo sombrio em que ambição humana, eficácia e técnica estão a serviço de um poder totalitário. "Este livro tem conseqüências, modifica a paisagem, alarga o horizonte onde se configura a época histórica e literária, responde a um apelo que vem de outro tempo que não é o da estéril superfície da novidade." - Expresso
Aprender a rezar na Era da Técnica fecha a tetralogia O Reino, dos "livros pretos" (como os define o próprio autor), uma das mais singulares e impactantes realizações atuais da literatura em língua portuguesa.
A ação se passa em um país indeterminado, num período de paz que guarda, porém, memória viva de tempos de combate. Obcecado pela figura paterna, o médico Lenz Buchmann toma providências para se tornar o substituto do patriarca. Depois de adquirir grande reconhecimento como médico, percebe que precisa aumentar o alcance de sua competência. No velório do seu irmão mais velho, ele toma consciência de que sua técnica deve ser usada para curar não apenas indivíduos, mas também a cidade. Ele ingressa no Partido e se torna homem de confiança do candidato à presidência.
Aprender a rezar na Era da Técnica traz as mesmas características formais das obras anteriores do autor. O romance é formado por capítulos curtos, escritos em um estilo ao mesmo tempo sóbrio e sombrio, que em tom de naturalidade descreve ações de alto teor de perversidade e surpresa - sem no entanto apelar ao efeito fácil da violência.