Um homem: Klaus Klump é uma narrativa perturbadora sobre o estado de exceção que se instaura durante o tempo da guerra. O escritor português Gonçalo Tavares faz neste romance uma alegoria da condição humana e das relações de domínio e submissão que os homens desenvolvem para sobreviver.
Um homem: Klaus Klump é uma narrativa perturbadora sobre o estado de exceção que se instaura durante o tempo da guerra. O escritor português Gonçalo Tavares faz neste romance uma alegoria da condição humana e das relações de domínio e submissão que os homens desenvolvem para sobreviver.
Publicado em Portugal em 2003, Um homem: Klaus Klump, que abre "O reino", série de romances do autor da qual fazem parte também A máquina de Joseph Walser e Jerusalém (prêmio José Saramago 2005), é uma perturbadora alegoria sobre a vida em tempos de guerra e de paz, sobre a ditadura e a democracia.
A narrativa descreve os momentos turbulentos de um país que atravessa uma ocupação militar. Os tanques tomaram a cidade. Casas são invadidas e há pessoas desaparecidas. O som das máquinas, das balas e das bombas emudeceu as conversas e as melodias. Mas o estado de exceção não alterou a normalidade dos negócios.
Klaus Klump é editor e, apesar de fazer livros perversos (contra a política e a economia do tempo), se mantém neutro com relação à situação do país. Até que Johana, sua amante, é violentada por um soldado. Klaus então vira guerrilheiro e refugia-se na floresta com outros combatentes.
A guerra e os militares impõem o presente absoluto: os homens se tornam primitivos e o fim último de todos os atos é a sobrevivência. Há uma ciência da guerra, há uma gramática da guerra, há um comportamento e uma concepção do corpo próprios dos tempos de guerra. Klaus termina preso, passa sete anos na cadeia e, ao sair, decide assumir os negócios da família, que antes renegava.