Uma das principais vozes da poesia brasileira atual, Armando Freitas Filho reúne em Lar, poemas autobiográficos, de formação e de maturidade, que evidenciam a consciência do tempo e a finitude da vida.
Uma das principais vozes da poesia brasileira atual, Armando Freitas Filho reúne em Lar, poemas autobiográficos, de formação e de maturidade, que evidenciam a consciência do tempo e a finitude da vida.
Lar, não é um livro de memórias, mas pode ser um livro sobre a memória. A continuidade, por isso mesmo, não é linear. O autor sentiu esses sobressaltos e não procurou corrigi-los, pois como bem anota Vagner Camilo na sua apresentação, "a autobiografia poética não se restringe [...] nem parece obedecer a uma cronologia estrita. E aqui temos que considerar o próprio desajuste do gênero lírico para lidar com a pretensa tarefa autobiográfica de recompor a gênese do indivíduo, mais adequada ao fio contínuo da prosa". O Lar do título com a vírgula sem o seu aposto - uma vírgula em suspenso, ou em suspense -, dá, logo de entrada, visualmente, uma dica do que se vai encontrar de semelhante nos poemas, no fluxo interno e externo deles.
Lar, é composto de três partes: "Primeira série" agrupa as sensações e situações pretéritas do autor; "Formação" reúne de forma mais explícita os resultados, as variações e as vivências dessas mesmas sensações e situações, e "Numeral" continua a enumeração que começou no livro Numeral/Nominal, que abre Máquina de escrever - poesia reunida e revista, de 2003. Essa série, que consiste de poemas numerados e datados pelo autor, não tem fim ou acabamento: poderá ser sustada pelo autor ou pelo leitor - por quem piscar primeiro.