A saga memorialística de Pedro Nava (1903 - 1984), agora reeditada pela Companhia das Letras, se inicia com Baú de ossos e Balão cativo. Médico, poeta, artista plástico e escritor, o mineiro Nava "apareceu" em plena maturidade com a publicação de Baú de ossos, um dos mergulhos memorialísticos mais emocionantes e prazerosos de nossas letras.
A saga memorialística de Pedro Nava (1903 - 1984), agora reeditada pela Companhia das Letras, se inicia com Baú de ossos e Balão cativo. Médico, poeta, artista plástico e escritor, o mineiro Nava "apareceu" em plena maturidade com a publicação de Baú de ossos, um dos mergulhos memorialísticos mais emocionantes e prazerosos de nossas letras.
Segundo volume das memórias de Pedro Nava, Balão cativo compreende o período entre o retorno para Minas Gerais após a morte do pai e o internato no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro.
Após o verdadeiro tour de force histórico e genealógico de Baú de ossos, Pedro Nava aborda em Balão cativo os anos decisivos do final da infância e a adolescência, divididos entre Juiz de Fora, Belo Horizonte e o Rio de Janeiro.
Ocorrida quando o autor tinha oito anos de idade, a morte do pai é o marco inicial das lembranças de Nava sobre aquele período. Até então residente no Rio, para onde se mudara em busca das benesses da prosperidade e da civilização, a família - agora reduzida à mãe, Diva Jaguaribe Nava, e seus cinco filhos pequenos - viu-se obrigada a retornar para Minas, onde as paredes, janelas e árvores da casa de Inhá Luísa, a implacável avó materna, testemunharam os últimos anos da infância do autor. Aos 11 anos, Nava abandona a educação mais ou menos informal que até então vinha recebendo para matricular-se no recém-inaugurado internato do Ginásio Anglo-Brasileiro, em Belo Horizonte. O autor havia se transferido para a capital mineira em 1913, novamente na companhia da mãe e dos irmãos. Em 1916, já adolescente, retorna ao Rio de Janeiro, onde inicialmente se hospeda na casa de parentes antes de ser admitido no internato do Colégio Pedro II, um dos colégios mais tradicionais do país.
A descoberta do sexo e da literatura, a amizade marcante dos novos colegas e o dia a dia vibrante do Rio antigo são os motivos condutores desta narrativa autobiográfica baseada, como a obra monumental de Marcel Proust, nas múltiplas metamorfoses da memória.