O historiador americano traz a público as negociações secretas entre líderes representativos da Igreja e das Forças Armadas na primeira metade da década de 1970. Os diálogos na sombra evitaram uma ruptura entre as duas instituições e fizeram da violação de direitos humanos um tema central do conflito Igreja versus Estado.
O historiador americano traz a público as negociações secretas entre líderes representativos da Igreja e das Forças Armadas na primeira metade da década de 1970. Os diálogos na sombra evitaram uma ruptura entre as duas instituições e fizeram da violação de direitos humanos um tema central do conflito Igreja versus Estado.
Com base em documentos inéditos, Kenneth Serbin traz a público fatos até agora desconhecidos sobre as relações entre Igreja e Estado durante o regime militar brasileiro. O historiador americano teve acesso às atas de uma entidade secreta - a Comissão Bipartite - que reuniu lideranças religiosas e militares durante a primeira metade da década de 70. Concebida pelo general Antônio Carlos da Silva Muricy e pelo intelectual católico Candido Mendes, a Bipartite foi um fórum tanto para discussões mais teóricas sobre o papel que cabia à Igreja e às Forças Armadas no Brasil da época, como para a apuração de casos específicos de violação de direitos humanos. O livro permite reavaliar certos episódios que têm sido subestimados, como a morte sob tortura de quatro soldados de um batalhão do Exército em Barra Mansa, em 1972, e as repercussões políticas do assassinato do estudante Alexandre Vannucchi Leme, detido por órgãos de segurança, em 1973. Na época, a censura e a polarização ideológica turvavam a compreensão desses fatos; os dados e a análise oferecidos por Serbin lhes dão o enquadramento mais correto.