Aos dezoito anos, Sacha Sperling causou sensação na exigente cena francesa com este romance de estreia, de forte inspiração autobiográfica. A intensidade dos relatos sobre amor, sexo e drogas na adolescência chegou a lhe render a alcunha de "Rimbaud pop".
Aos dezoito anos, Sacha Sperling causou sensação na exigente cena francesa com este romance de estreia, de forte inspiração autobiográfica. A intensidade dos relatos sobre amor, sexo e drogas na adolescência chegou a lhe render a alcunha de "Rimbaud pop".
Um garoto que mal completou quinze anos já se sente vivido o bastante para contar sua vida, em especial tudo que se passou com ele um ano antes, numa fase de profunda crise existencial. E ele tem mesmo o que contar, começando por suas explorações sexuais com garotas e com um garoto de sua idade, o pasoliniano Augustin, que tem um pé na delinquência e virá a ser seu primeiro grande amor. Não faltam as epifanias nem sempre luminosas, obtidas às custas de muito álcool e drogas, desde maconha até cocaína, passando por anfetaminas e calmantes de farmácia.
O belo, inteligente, aloprado e algo neurastênico Sacha (personagem e autor ostentam o mesmo nome) nos dá livre acesso aos meandros mais íntimos de sua subjetividade adolescente. Sinal dos tempos hiperacelerados que vivemos, o livro de Sperling fala direto ao coração do leitor, que estará sujeito a boas gargalhadas com as insolências desse burguesinho da pá-virada que pinta e borda, se desespera e amadurece na rive gauche parisiense.